terça-feira, 27 de outubro de 2009

O Curioso Caso de Benjamin Button

O ser humano é o único animal que sabe que vai morrer. Isto explica muita coisa. A criação de Deus e a promessa de vida eterna, por exemplo. Não, não podemos admitir que a vida continue sem que estejamos aqui. A idéia da finitude é inadmissível para nós. Isto explica muita coisa. O desejo da eterna juventude, por exemplo. Temos medo de envelhecer, porque envelhecer nos aproxima da morte. O Curioso Caso de Benjamin Button, de David Fincher, trata tão delicadamente desta questão existencial. Não importa se envelhecemos ou rejuvenescemos. Não importa se o relógio anda para frente ou para trás. O tempo não pára, não pára nunca. A vida é tão efêmera, que ser jovem ou velho torna-se apenas um mero detalhe. No início e no fim de nossas vidas estaremos sempre frágeis e dependentes, sozinhos, ainda que num colo quente ou cercados de parentes e amigos. O nascer e o morrer são solitários. Viver. Esta é a palavra. Viver sem medo da morte. Este é o grande desafio. Filme lindo...